Neo Ortodoxia 1
A Primeira Guerra Mundial marcou o fim do progresso otimista do século dezenove e preparou o palco para a corrente de características pessimistas dos anos que se seguiram. Assim também, o fim da teologia do otimismo que havia permeado o século dezenove foi declarado através da publicação de um comentário sobre o livro de Romanos escrito por um pastor residente numa pequena cidade desconhecida na Suíça – Karl Barth.
A reação em si que Barth desencadeou contra o liberalismo teológico prevalecente veio a dominar o cenário teológico até bem depois da metade do século vinte. Apesar de cada um dos pensadores que vieram na seqüência desse trabalho pioneiro ter seguido o seu próprio rumo, o teólogo suíço foi o pai de um novo movimento na teologia. Essa nova direção é conhecida, em termos gerais, como “neo-ortodoxia”.
O termo neo-ortodoxia significa uma "nova ortodoxia". A neo-ortodoxia não é um sistema único; não é um movimento unificado; não tem um conjunto articulado de fundamentos em comum. Na melhor das hipóteses, pode ser descrito como uma abordagem ou atitude que começou num ambiente comum, porém dentro em breve passou a se expressar de vários modos. Começou com a crise associada à desilusão que seguiu a Primeira Guerra Mundial, com uma negação do movimento liberal protestante que tinha ressaltado a acomodação do cristianismo à ciência e à cultura ocidentais, a imanência de Deus e a melhoria progressiva da humanidade.
O movimento neo-ortodoxo caracterizou-se pela tentativa dos teólogos de redescobrir o significado para o mundo moderno de certas doutrinas que haviam sido centrais para a antiga ortodoxia cristã. Consequentemente, seus proponentes apresentavam um relacionamento complexo com o liberalismo que havia precedido o seu novo pensamento. Por um lado, os teólogos neo-ortodoxos seguiam o liberalismo mais antigo vendo o Iluminismo com naturalidade e, assim como seus antecessores, aceitando o criticismo bíblico. Por outro lado, os