Lainha
PARADIGMA FUNCIONALISTA: DESENVOLVIMENTO DE TEORIAS E INSTITUCIONALISMO NOS ANOS 1980 E 1990
Miguel P. Caldas
Professor associado da Loyola University New Orleans E-mail: mpcaldas@loyno.edu
Roberto Fachin
Professor do Mestrado Profissional de Administração da PUC-Minas – Fundação Dom Cabral E-mail: rcfachin@portoweb.com.br
INTRODUÇÃO
Como discutido na introdução ao primeiro número desta série (Caldas, 2005), em 1979 Burrell e Morgan mostravam que, dentre os quatro paradigmas sociológicos em seu modelo, o funcionalismo – no quadrante da objetividade e da sociologia da regulação“– constituía até aquele momento a “ortodoxia” em estudos organizacionais. Embora o funcionalismo ainda seja a ortodoxia do campo, o texto de Burrell e Morgan (1979) não visualizava a expansão do paradigma interpretacionista como ocorreu nas décadas de 1980 e 1990, nem a inflexão crítica e pós-moderna que foram infundidas no campo a partir da influência européia, em especial na década de 1990. Mas, apesar de tudo, é indiscutível que – em boa parte devido à representatividade institucional do mainstream norte-americano – o funcionalismo continuou a expandir sua hegemonia até hoje no campo de estudos organizacionais. De 1980 até o momento, o campo de estudos organizacionais cresceu exponencialmente, e como já foi mostrado em inúmeros estudos sobre o desenvolvimento da área (e.g. Machado-da-Silva et al., 1990; Bertero e Keinert, 1994), abraçou especialmente a ortodoxia funcionalista como plataforma, apesar do crescimento relativo também de vertentes interpretacionistas, críticas e, mais recentemente, pós-modernistas. No entanto, como também discutido em outros trabalhos sobre o campo (e.g. Bertero et al., 1999), a adoção do paradigma funcionalista no Brasil teve até certo ponto qualidade questionável e critérios duvidosos. Com isso, muito do que foi incorporado nos anos 1980 e