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Vida Nova é uma história narrada por Dante Alighieri, exaltando “as faces do amor”, não como um ato carnal mas como essência divina. Dante, ainda jovem, apaixona-se por Beatriz, uma linda moça de Florença, exaltando um amor platônico e sublime e citando palavras de Homero a equipara como uma Deusa: “..Não parecia filha de gente mortal, mas de um deus..”
O autor descreve o seu primeiro encontro com o amor como algo envolvente e completo, capaz de fazer as bases de sua vida muito consistentes como é possível observar no verso seguinte: “..dali em diante, o Amor tomou conta da minha alma, que logo se dispôs a desposá-lo: em relação a mim, foi ganhando tanta firmeza que poderia, pela virtude que lhe transmitia a minha imaginação, que nada mais me restava se não atender aos seus menores desejos..”
Já em seu segundo encontro, o amor assume um figuração distinta da anterior, exprimindo em Dante sentimentos opostos e confusos de alegria e doçura simultâneo aos sentimentos de angustia e terror e a partir da citação: “..já era àquela hora em que, ao leito, se recolhem todos, menos o céu antigo, com seus astros, quando me vi sujeito ao vulto de um Amor quase inimigo. Afetava alegria, ao comprimir meu coração na mão, tendo nos braços minha senhora, em panos, a dormir..”, é possível observar o relato de uma personificação do sentimento inimigo.
Com ênfase do autor Beatriz é citada também como virtude capaz de mudar seus conceitos e razões, dizendo: “..revestia-se ela de uma virtude tão nobre que jamais consenti que o Amor de mim se apossasse sem o fiel conselho da razão, naquelas coisas onde fosse conveniente ouvi-la..” contudo, o amor exposto em Vida Nova é platônico, sugerindo que apenas ver sua amada era suficiente para ascender e personificar esse sentimento. Este amor sublime, totalmente espiritual dá forças ao autor, continuar vivendo e amando, mesmo após a morte de sua amada.