Naútica
MANOBRA LENTA DE NAVIOS EM ÁGUAS CALMAS
(Texto Preliminar)
M.A.S. NEVES
PEnO/COPPE/UFRJ
Introdução
O comportamento de navios em manobras é uma das muitas áreas técnicas que contribuem para a grande complexidade envolvida no projeto dessas embarcações. As demandas para o projetista passam por estabelecer procedimentos e critérios tal que o navio seja capaz de operar eficiente e seguramente em diferentes condições operacionais. Os modelos matemáticos envolvidos nesses procedimentos derivam da aplicação da Segunda Lei de Newton a corpos rígidos, onde equações diferenciais lineares tem escopo de atuação limitado. Modelos de simuladores não-lineares são comumente empregados, sendo em geral considerados como eficientes ferramentas no desenvolvimento e avaliação de projetos.
A ampliação do escopo das equações clássicas de manobras de navios no plano horizontal, para incorporar a representação de navios amarrados sujeitos a correntezas de baixas velocidades não se dá de forma simples ou direta. Algumas das questões pertinentes a essa transposição são aqui comentadas e discutidas.
Com a utilização crescente de terminais marítimos em águas não abrigadas, diversas questões relativas à amarração de navios tanques, geralmente direcionalmente instáveis, foram suscitadas, Bliaut e Stewart
(1980), Faltinsen (1990). Em se tratando de sistemas governados por relações não-lineares de difícil tratamento analítico, diferentes simuladores, incorporando efeitos diversos, foram apresentados e discutidos,
Ractliffe e Clarke (1980), Takashina (1986), Obokata (1987), Takashina e Hirano (1990), de Kat e Wichers
(1991), Wichers (1991).
Usando as equações clássicas de manobras no plano horizontal, Bernitsas e Kekridis (1985, 1986), Papoulias e Bernitsas (1988), Bernitsas e Garza-Rios (1996) abordaram o problema da dinâmica da amarração de embarcações com cabos elásticos sob a ótica de sistemas dinâmicos não-lineares. Pode-se tomar como certo que esses