Navio negreiro

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NAVIO NEGREIRO

No entanto o capitão manda a manobra e após filtando o céu que se desdobra, tão puro sobre o mar, diz do fumo entre os densos nevoeiros: do longe bem longe vêm trazendo com tribios passos, filhos e algumas nos braços na alma lagrima e fiel...
Como agar sofrendo tanto, que nem da para Ismael. Depois, o aceno de pó. No horizonte, imensos desertos só e a fome, o cansaço, a sede... Vaga um lugar na cadeia mais o chacal sobre a areia acha um corpo que roer. Ontem plena liberdade, a vontade por poder hoje cúmulo de maldade, nem são livres para morrer, prende os a mesma corrente férrea, lúgubre serpente nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte falta liberdade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora brigue imundo o trilho que Colombo abriu nas vagas como, um íris no pélago profundo mas é infâmia de mais, do que etérea. Plaga levantai-vos heróis do novo mundo. Andrade Arranca esse pendão dos ares. Colombo fecha a porta dos teus mares, deram a liberdade de velarem seus mortos, pois o mar tornou-se tumba. Que desgraça meu Deus... Sara esses miseráveis o sofrimento não tinha idade e até para morrer não tinham liberdade.
O poeta critica a nação brasileira por emprestar sua bandeira verde e amarela para ser hasteada em um navio onde se praticavam muitas mazelas.
É preciso que o negro seja lembrado como herói, guerreiro e sobrevivente de uma grande injustiça social e não apenas como mentingo, pobre que mora nos quintos, nas favelas, e que as vezes se torna

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