NAU GOTICOS E A INTERNET
Adla Bourdoukan
Hoje, quando falamos "gótico", temos vários estereótipos à vista, como:
- Aquele que se identifica com a figura sombria do vampiro de traços byronianos
- O poeta maldito
- O rato de cemitério
- O "punk em cruzamento com o horror B" (Death Rocker para os íntimos)
- O Existencialista
- O roqueiro gótico idolatrado (ouvi alguém dizer Andrew Eldritch?)
- O fã da música (ou cinema ou literatura) gótica
- O gótico de butique
- O adolescente problemático-depressivo com traços mórbidos e, é claro:
- O gótico mixirica, ou fubá, ou Reginaldo, ou gósmico, ou gótimo ou bódico ou góspio ou qualquer outra coisa... O pateta que faz de tudo para se enquandar à força em alguns (de preferência todos) destes estereótipos sem a menor naturalidade ou competência
Os jovens góticos são facilmente reconhecidos pelas ruas das grandes cidades pelo uso de roupas pretas, maquiagem pesada e escolha de acessórios em que predominam símbolos religiosos ou esotéricos. Mas o visual comum esconde muitas diferenças, como constatado na fala acima de um influente membro de um grupo gótico. Além disso, nem todos os góticos podem ser identificados por seu visual, bem como nem todos que adotam o visual podem ser considerados góticos.
Quem são os góticos, então? Quais os elementos em torno dos quais é construída a identidade gótica? Supondo que a identidade não é dada, mas construída, para se compreender seu processo de construção é necessário acompanhar as interações entre os membros do grupo, no momento em que se constituem plenamente como grupo, isto é, no momento em que estão em seu território.
Há categorias que permitem esta compreensão, como as propostas por José Guilherme Magnani, a saber pedaço, trajeto, mancha, circuito, portal, das quais utilizo, principalmente, dado o escopo limitado do trabalho, a categoria de pedaço. O pedaço é uma categoria intermediária entre as categorias casa e rua propostas por Roberto da