Natureza e cultura
Quando dizemos que um sujeito é resultado de seu ambiente e contexto sócio-cultural não existe nenhuma intenção de fomentar qualquer tipo de preconceito ou diferenciação racial. Isso é fato. Quando dizemos que uma amêndoa é potencialmente uma amendoeira isso é fato. Basta a semente cair em um solo úmido, com terra rica em nutrientes e luz do sol suficiente que germinará ali uma frondosa árvore. O ser humano, assim como a todos os seres vivos também é semelhante. Suas potencialidades serão alcançadas se o contexto que ele vive assim o ajudar, assim como sua competência em se desenvolver naquele ambiente. As interações entre um organismo e o ambiente vivenciadas por um indivíduo determinam fundamentalmente a topografia e a função de suas respostas. As relações entre os eventos ambientais e as respostas do organismo podem estabelecer contingências, ou seja, relações condicionais entre classes de comportamento e as classes de estímulos que lhes são antecedentes ou conseqüentes. (Ferrari et al 2001) Em cada espécie, os indivíduos têm um repertório comportamental que, de um lado, resulta da interação entre as contingências filogenéticas e ontogenéticas. As contingências filogenéticas atuaram durante a evolução e selecionaram classes de comportamento favoráveis à sobrevivência dessa espécie; as contingências ontogenéticas foram estabelecidas pelas interações particulares desse organismo com o seu ambiente, desde o início do seu desenvolvimento e selecionaram as classes de respostas eficazes para a adaptação a um ambiente que muda constantemente. Neste sentido, pode-se afirmar que o comportamento de um indivíduo é produto de sua história filogenética, ontogenética e cultural (Bussab, 2000; Catania, 1999; Skinner, 1981 apud Ferrari et al 2001). As mesmas pressões evolutivas que determinaram as mudanças na topografia e na função das reações do indivíduo ao ambiente também