Narrativas e upp´s: cotidianos escolares por eles mesmos.
Autora: Anna Clara de Almeida Conte, estudante da Faculdade de Educação da UERJ. Resumo: O objetivo central do presente trabalho é descrever a tessitura das relações sociais que enredam o cotidiano das escolas municipais Humberto de Campos e José Moreira da Silva, após a conjuntura de “pacificação” da comunidade da Mangueira. Busquei as escolas dessa comunidade e nessa conjuntura, por entender que nas comunidades pacificadas o Estado potencializa seu poder vigilante e punitivo, ficando assim mais claro seu projeto de dominação. Porém, o trabalho não se reduz em apenas discutir e analisar a influência do Estado e de suas políticas. Busquei compreender como cotidianamente a população da comunidade se utiliza dos sistemas impostos a resistência da lei histórica de um Estado de fato e suas legitimações dogmáticas (Certeau, 1994). Entendendo que precisamos nos reconhecer como humanos, com sentimentos múltiplos e complexos, ora comuns e ora divergentes (Oliveira e Alves, 2008).
Palavras-chaves: Cotidiano; Direitos Humanos; Escolas; Pacificação.
Sumário: 1. Introdução; 2. Pesquisa de Campo; 3. A infância e o funk; 4. Ronda escolar; 5. Escola não é caso de polícia; 6. Outros vilões; 7. Programa UPP social; 8. Freqüência escolar. 9. Conclusões. 10. Bibliografia.
“Porque a justiça deles só vai em cima de quem usa chinelo. Barracos e ratos no chão, meus heróis também morreram de overdose ou de violência”
Emecida
1. Introdução:
O presente trabalho buscará através de sua pesquisa de campo compreender e descrever a tessitura das relações sociais que enredam o cotidiano das escolas da comunidade da Mangueira a partir da sua conjuntura de “pacificação”. Busco as escolas dessa comunidade e nessa conjuntura por entender que nas comunidades pacificadas o Estado potencializa seu poder vigilante e punitivo, ficando assim mais claro seu projeto de dominação. Porém, o estudo não se reduzirá em apenas discutir