Narrativas Migrantes - Releituras de Iracema
Narrativas Migrantes
Releituras de Iracema: a virgem dos lábios de mel na literatura, no cinema e na música popular
Disciplina: Comunicação e Literatura Brasileira
COM1162
Turma: 7 horas
Aluna: Julia Laureano Tostes Coimbra
Data: maio de 2015
introdução - iracema
O livro Iracema foi publicado por José de Alencar em 1865, no auge do desenvolvimento textual de cunho romântico do autor. A obra tem como característica principal a construção de uma identidade nacional através do uso de recursos simbólicos de representação e identificação.
O romance faz parte da primeira fase do movimento do Romantismo, e pode ser enquadrado na subcategoria de romance indianista, pois sua estrutura apresenta, além dos fatores apontados acima, outros pontos como a exaltação da natureza e a imagem índio como o “selvagem ideal”, esvaziado de história. Segundo alguns estudiosos, o próprio nome Iracema é um anagrama de América, revelando o caráter ufanista e levando a observar o diálogo que a obra abre com o tema da colonização (além da relação entre as personagens em si). A figura do índio é muito valorizada na obra, pois representa um antepassado legitimamente brasileiro, desvencilhando-se da figura do europeu. Além disso, traz e unifica o caráter popular (massificado) da unidade nacional, deixando de lado o elitismo que primeiramente concebeu a mitologia nacionalista. A história envolve dois seres vindos de “culturas” diferentes e aborda a antiga questão romântica do amor proibido. Iracema é uma índia da tribo dos tabajaras que representava seu povo carregando o fardo de “guardiã da fertilidade”. Já Martim é um homem branco, o colonizador, que dá voz a narrativa que tem como palco o século XVII. A trama se desenvolve em cima de diversos conflitos. O primeiro deles é a luta interna de Martim para decidir se fica ou não na terra