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Ainda reverbera no país o caso do menino que teve o braço mutilado por um tigre no zoológico de Cascavel. Além do espanto ante o horror, o que tem alimentado as discussões é a busca pelo responsável pelo acontecido. Acusa-se o zoológico, por não oferecer segurança suficiente; o garoto, por ter saltado a cerca; os visitantes que testemunharam a cena e não intervieram. Quase sobrou para o tigre, que agiu por instinto. Mas o principal acusado, no vox populi, é o pai, que presenciou a cena e nada fez.
Uma entrevista com o pai no Fantástico do domingo passado alimentou a onda de indignação e ódio contra ele, que disse que “vacilou”, que o deixou brincando ali porque estava empolgado, se divertindo. Do ponto de vista legal há poucas dúvidas: pais são responsáveis por seus filhos até que estes atinjam a maioridade. Permitir que um filho se exponha a uma situação de perigo sob seu olhar constitui negligência, possivelmente o pai deverá ser responsabilizado.
Mas cabe também pensar na responsabilidade para além do aspecto jurídico. A exposição do pequeno aos animais foi testemunhada por outros visitantes do zoológico, que assistiram sua “brincadeira” com o leão e o tigre, até a registraram em vídeo. Houve quem o alertasse do perigo, mas as palavras não tiveram efeito algum sobre ele, que seguiu brincando com os animais, nem sobre o pai, cujas razões para não intervir desconhecemos. O fato é que ninguém interveio, saltando a grade e retirando o menino de lá, antes