nada p falar
O relógio, as pessoas caminhando como gado, já seriam elementos suficientes para analisarmos com mais consciência o sistema de vida proporcionado pela visão industrial-capitalista. Mas, ele aprofunda ainda mais esta sua crítica ao abordar, com detalhes, a questão da Linha de Montagem e suas sequelas desastrosas na psiquê humana.
O esforço humano em trabalhar como um relógio, dentro de um sistema de repetição mecânica, contínua e cronometrada (palavra derivada de “Cronos”, que na mitologia grega é o deus do tempo – daí “cronológico”, “cronômetro”, etc.), acaba por levar a pessoa a ficar com sérios problemas neurológicos e psicológicos. Os mais fortes acabam sobrevivendo como se fossem máquinas, em um cotidiano sem esperança, criatividade ou alegria, onde a única atividade é a repetição de um par de gestos mecânicos simples.
Como consequência direta da implantação da Linha de Montagem e a busca sistemática do seu aperfeiçoamento, visando unicamente a produção, temos uma lógica produtiva que desqualifica, em pouco tempo, muitos trabalhadores como mão de obra apta para o sistema. Estas pessoas mais sensíveis à ação danosa do Fordismo-Taylorismo são decisivamente levadas para Instituições-Depósito, como é o caso dos hospitais, asilos, manicômios e até penitenciárias - dependendo de cada caso e da resposta de desajustamento social dada pelo trabalhador vítima do sistema estressante e alienante.
Não muito diferente do que vemos hoje, rodeados por máquinas, robores, computadores, gravatas e sapatos apertados, correria e mais correria. Muitas vezes o empresário sendo injusto com o trabalhador, que recebe pouco e trabalha muito.
O relógio, as pessoas caminhando como gado, já seriam elementos suficientes para analisarmos com mais