Nada na língua é por acaso
Marcos Bagno
Para Marcos Bagno, em, “Nada na Língua é por acaso”, são ressaltadas as mudanças ocorridas na educação e as consequências na variedade linguística. Apontando a distinção feita entre as classes sociais do país. O autor relata, que até 1960 eram poucas as escolas e quem as frequentavam eram pessoas de classe média e alta. Os cidadãos brasileiros são distintos e ao mesmo tempo iguais, pois dividem a língua brasileira em partes. O país possui a linguagem que é falada, conhecida como a norma padrão, pois é uma linguagem adaptada pelos falantes que se torna rotineira, onde são agregadas “novas” palavras, para a comunicação entre a sociedade, tornando seu uso um hábito natural, embora esta linguagem seja resaltada por muitos como uma linguagem errada, sem fazer uso da concordância ditada como correta. E a norma culta, uma linguagem que é utilizada pelos cidadãos culturalmente favorecidos, utilizando uma escrita e uma fala mais correta e coerente, fazendo uso das concordâncias entre verbo e sujeito na frase. Porém, em alguns casos, estes erros, determinados pelos cultos, tonam-se normais e habituais para eles também, e, a partir deste momento o erro deixa de ser erro e passa a ser natural, abrindo assim, espaços para outros erros, considerados mais graves. O autor traz em sua obra o conceito de sociolinguística, que foi criado nos Estados Unidos em 1960 por cientistas da época, onde decidiram que “não era possível estudar a língua sem levar em conta também a sociedade em que ela é falada”. Apontando que, as mudanças e variações na linguagem são inevitáveis e, renegar a qualquer uma delas é o mesmo que renegar a própria existência.