Na Esquina da Riachuelo
Na esquina da Riachuelo
Desmistificando a rua, seus frequentadores e o bar Graxaim.
A Rua Riachuelo, uma das mais antigas curitibanas, carrega, desde seu início, inúmeras lojas e comércios. Contudo, não é apenas isso que marca a rua recém revitalizada. Para comerciantes e freqüentadores da região, uma palavra a define: prostituição.
Para o funcionário de uma loja de calçados, a Riachuelo seria a “Sodoma e Gomorra curitibana”, fazendo clara referência às cidades pecadoras da bíblia cristã. Já para o proprietário do estabelecimento Mais Café, localizado na região, os principais problemas ocorrem na parte da noite, devido à falta de policiamento na rua.
Graxaim: 50 anos de tradição.
Como símbolo e ápice da prostituição na Riachuelo, alguns comerciantes indicam o mesmo local: o bar Graxaim. Contudo, a dona do estabelecimento se defende: “nós somos um bar de encontros”. Para Sirlene, primeira mulher a comandar o famoso bar, o Graxaim carrega uma má fama pelo seu passado e hoje “é quase um bar normal”. A comerciante, no local há quase vinte anos, explica que o Graxaim surgiu há cerca de 50, na época da ditadura, formado e frequentado somente por militares. Ela afirma que, no começo, menores freqüentavam o local e se prostituíam ali. Com o fim da ditadura, o bar passou a ser comandado e freqüentado por civis, mas continuou com o viés de prostituição.
Hoje, conforme afirmado por Sirlene, o ponto tem uma característica de single bar (o primeiro curitibano): um local no qual as pessoas vão a fim de procurar parceiros sexuais. As mulheres ficam ali, esperando possíveis “companhias”. E os homens, em sua grande parte, são simples trabalhadores: desde encanadores a professores. No entanto, a proprietária deixa claro: “Não temos quartos, não pagamos para essas meninas, nem recebemos delas. São clientes normais.”. Além disso, ela salienta que as pessoas vão ao local, principalmente, para beber e escutar música. “Tem meninas que ficam uma semana