Música em Minas Gerais
Márcio Miranda Pontes
Muito se pesquisou sobre a música em Minas Gerais nas últimas décadas. Dissertações de mestrado foram produzidas e encontros de Musicologia Histórica e Pesquisa em Música foram realizados tendo seus anais publicados. Assim, hoje, o conhecimento sobre a música mineira é incomparavelmente maior que à época do pioneiro Curt Lange.
Com o presente trabalho propomo-nos apresentar um panorama cronológico e institucional da Música em Minas Gerais com ênfase em aspectos organizacionais da prática musical. Nesse sentido procuramos evidenciar iniciativas institucionais que representaram avanços no fazer musical evitando, sempre que possível, a personificação das conquistas através da citação de músicos, administradores, políticos, dentre outros.
Num primeiro momento serão apresentadas as instituições responsáveis pela educação musical, entendida aqui como o processo de iniciação e desenvolvimento de habilidades e conceitos musicais. A seguir, abordaremos a estruturação e funcionamento das instituições musicais profissionais e amadoras, no âmbito da música instrumental e vocal. Finalmente, apresentaremos a promoção de espetáculos musicais relacionados com a ópera, a música erudita praticada em salas de concerto e a música popular.
Educação Musical
A educação musical não formal no Brasil teve seus primórdios com a determinação dos Jesuítas, em 1556, para que “em todas as aldeias, com a cataquese e a escola elementar de ler e escrever, se ensinasse também a cantar os meninos mais hábeis” (LEITE,1953). Na verdade, segundo Leite, desde a “Entrada” de 1553, o ensino informal de música européia já era praticado no norte de Minas, pois o capelão Jesuíta ensinava aos meninos índios cantos traduzidos para o Tupi e o fazia com o acompanhamento de um órgão portátil.
O resultado do ensino musical empreendido pelos Jesuítas nos primeiros tempos da colonização, foi relatado, em 1583: "em todas as companhias há