Múltiplas Modernidades - Shmuel Noah Eisenstadt

Shamuel Noah Eisenstadt, sociólogo israelita, nasceu em Varsóvia a 10 de Setembro de 1923. Foi professor na Faculdade de Sociologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, tendo sido posteriormente convidado por várias universidades de prestígio, tais como, a Universidade de Chicago, Harvard, Stanford e outras. Ao longo da sua carreira tem ganho inúmeros prémios entre os quais o prémio Balzan prize, o prémio de pesquisa Max-Planck e recentemente o Holberg International Memorial Prize (2006). É membro de várias academias, incluindo a academia americana de Artes e Ciências.
Na obra intitulada Múltiplas Modernidades Eisenstadt afirma que a melhor forma de compreender o mundo contemporâneo e de explicar a historia da modernidade é concebendo-o como historia de constituição e reconstituição continua de uma multiplicidade de programas culturais. Segundo o autor, o termo múltiplas modernidades possui duas implicações. A primeira é que a modernidade e a ocidentalização não são uma e a mesma coisa, ou seja, os padrões ocidentais modernos não constituem as únicas modernidades autênticas apesar de serem historicamente precedentes e uma referência central para outras visões da modernidade. De acordo com Eisenstadt, ao contrário do que defendem alguns dos pensadores sociais clássicos e alguns dos teóricos da modernização contemporâneos, a fase ocidental da modernidade não se impôs ao processo histórico global. A segunda implicação é a de que o termo múltiplas modernidades pressupõe que as modernidades não são estáticas, mas sim dinâmicas que estão em permanente mutação.
Para este autor, a modernidade deve ser situada em termos históricos comparativos e esta não representa uma época, mas sim uma civilização que se combina com outras, ou seja, a modernidade não é globalmente uniforme e homogénea, mas sim divergente. Existem portanto características comuns a todas as modernidades, uma inter-relação com particularidades regionais e antinomias internas que se desenvolvem e que