mão de obra
O descompasso crescente da qualificação profissional
Síntese: O Brasil tornou-se um dos países do mundo onde é maior a dificuldade de se obter mão de obra qualificada, hoje a principal preocupação das empresas aqui instaladas. A saída está em investir em formação e qualificação profissional, algo que o governo federal esteve longe de fazer nos últimos anos. A despeito de as receitas do
FAT terem dobrado, os investimentos públicos em formação de pessoal caíram drasticamente. A gestão Dilma Rousseff acaba de lançar o Pronatec, cópia de proposta apresentada pela oposição na campanha eleitoral de 2010. Resta ver se não será mais uma mera carta de intenções, como foi o fracassado ProJovem.
A escassez de mão de obra qualificada tornou-se um dos entraves mais relevantes para o desenvolvimento do país, tanto quanto a nossa precária infraestrutura. Não importa a região, nem o setor que se observa; a carência de pessoal especializado é generalizada e só tem se agravado. O governo federal começa a dar mostras de que pretende tentar enfrentar o problema, mas a experiência recente revela a pouca atenção dedicada pela gestão do PT à qualificação profissional.
A falta de trabalhadores qualificados lidera hoje o ranking de preocupações das empresas brasileiras, deixando para trás até mesmo temas clássicos como a alta carga tributária, o custo de mão de obra e a concorrência de mercado.
Pesquisa recente divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que para 49% das grandes indústrias esta é hoje a principal dor de cabeça. Entre estabelecimentos de pequeno e médio portes, o percentual é ainda maior: 56,5% e 57%, respectivamente.
Estudos internacionais indicam que o Brasil é atualmente um dos países do mundo onde é maior a dificuldade de se obter mão de obra. Apenas no Japão e na Índia a escassez é mais aguda, segundo a consultoria Manpower. O problema não se limita a