MURILO RUBIÃO: UMA LEITURA ACERCA DA CONSTRUÇÃO DO INSÓLITO NOS ENTREMEIOS DO FANTÁSTICO NO CONTO “O CONVIDADO”

MURILO RUBIÃO: UMA LEITURA ACERCA DA CONSTRUÇÃO DO INSÓLITO
NOS ENTREMEIOS DO FANTÁSTICO NO CONTO “O CONVIDADO”
Acadêmica: Marcia Micheline Janiski Kosinski
Orientador: Giuliano Hartmann

Resumo: Tendo por base os pressupostos teóricos acerca do Fantástico na literatura propostos por Tzvetan Todorov, o presente trabalho propõe uma leitura do conto “O Convidado” (1983) do escritor Murilo Rubião buscando estabelecer os critérios que o classificam como narrativa do gênero. A obra de Rubião caracterizase pela presença marcante do insólito enquanto distorção da realidade, seu texto vai além da mera interpretação dos fatos, se faz complexo em suas entrelinhas, problematizando a angústia existencial do homem, o medo, o abandono, a violência, a solidão e a marginalização no concreto urbano do século XX.
Palavras-chave: Literatura; Fantástico; Murilo Rubião.

1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por finalidade refletir acerca da presença do
Fantástico no conto “O Convidado" (1983) de Murilo Rubião, com vistas a verificar o elemento insólito

nos

entremeios

da

construção

da

narrativa

enquanto

transfiguração da realidade. Na leitura dos contos de Murilo Rubião, observa-se a ausência do espanto de seus personagens diante das situações cotidianas mais atípicas e horripilantes, característica essa que permeia a maioria de suas narrativas fantásticas. Outro ponto que chama atenção em relação à sua obra são os locais nos quais são travadas as batalhas do absurdo, sempre lugares urbanos e aparentemente comuns.
O autor trabalha sempre com o sobrenatural e o mágico, atrelado a uma linguagem de símbolos. Conforme reitera Schwartz:
O autor mineiro em seus escritos trava uma relação entre o sobrenatural e o mágico por meio de um tipo diferenciado de linguagem, ou seja, simbólica e repleta de múltiplos significados, por meio das quais expõe a constante insatisfação humana, sempre em busca do desconhecido (SCHWARTZ,
1975, p.57).