Murilo Mendes

826 palavras 4 páginas
Murilo Mendes (1901-1975) nasceu em Juiz de Fora (MG), onde fez os estudos secundários. Freqüentou o Curso de Direito, mas não terminou. Exerceu vários cargos antes de se mudar para Roma em 1957. Lá trabalhou como professor de cultura brasileira, ensinando em vários países da Europa. Seu nome foi recorrente durante anos nas crônicas literárias e européias.
Sempre foi um poeta fiel aos seus princípios, sem obedecer rigidamente a nenhum estilo, mesmo tendo sofrido influências do Modernismo. O estranhamento que sua poesia provoca deve-se à linguagem fragmentada, às imagens insólitas, à simbologia própria que apresenta e a visão messiânica do mundo.
Murilo parte do princípio de que o mundo é o próprio caos para poder, a partir daí, recompor a ordem das coisas à sua visa surrealista. Desta forma, é desarticulando a ordem convencional, que o aproxima de Drummond, que o poeta assume o primeiro passo para reconquistar o paraíso perdido que, no dizer de Bosi (1994) “não terá o ar devoto de velhos ritualismos, mas se abre aos olhos do poeta como um universo aquecido pela Graça”.
Sua obra tem sido pouco lida nos últimos anos, mas isso não é motivo para desmerecer sua obra. É devido à difícil leitura, pois sua poesia é fruto das várias experiências do autor: sua conversão ao catolicismo, o surrealismo, a poesia social, o experimentalismo barroco e o neobarroquismo.
Murilo Mendes é “poeta de aderência ao ser, poeta cósmico e social que aceita a fruição dos valores primordiais” (Bosi, 1994:501). Lançou-se na literatura como poeta modernista, publicando inicialmente em revistas paulistas da década de 1920. Sua primeira obra, “Poemas”, só veio a público em 1930. Nela já transparecia traços que marcariam sua poesia futura: “a presença constante de metáforas e símbolos, a dilaceração do eu em conflito, a inclinação ao surrealismo e os contrastes: abstrato/concreto, lucidez/delírio, realidade/mito.
De contato com o Marxismo, escreveu “Bumba meu boi”, obra escrita em 1930, mas

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