Multiculturismo
Multiculturalismos é um termo que descreve a existência de muitas culturas numa localidade, sem que uma destas predomine uma sobre as outras. A idéia de que vivemos em sociedades plurais, multiculturais, em que prevalece a diversidade de etnias, culturas, gêneros socioculturais parece estar se afirmando com força crescente, dentro e fora dos meios acadêmicos, com esses questionamentos e reflexões têm constituído, nos últimos anos, um corpo rico, carregado de contradições, que incidem desde a concepção de multiculturalismo como conceito.
Entretanto, parece perpassar esse campo cheio de contradições: a constatação de que a pluralidade cultural não é um déficit e sim riqueza a ser preservada. Em tempos de globalização, a necessidade de se ir além das atitudes de tolerância entre diferentes culturas num mesmo território ou nação. Para os defensores do multiculturalismo, as diferenças entre culturas que habitam um mesmo estado devem ser respeitadas e encorajadas, para que possa haver uma coexistência harmoniosa. Mais do que uma valorização pura e simples da diversidade cultural ou de privilegiar sua análise do ponto de vista, o argumento central que avançamos no presente artigo é o de que as questões relacionadas aos discursos e práticas que configuram as identidades culturais plurais passa, necessariamente, pela dimensão ética.
Na verdade, o momento atual se acha marcado por uma persistente crise de legitimidade, seja dos critérios de justificação racional dos valores éticos, seja dos critérios de justificação ética. Particularmente nas últimas décadas, o pensamento chamado de “pósmoderno”, ainda que não represente um bloco homogêneo, anuncia a crise de um futuro glorioso, construído pelo homem por meio da razão. É preciso dizer, porém, que este debate nada tem de novo.
Dos gregos até os dias de hoje, a discussão ética se faz presente, entretanto, embora ética e multiculturalismo estejam, separadamente, presentes nos debates educacionais