Mulheres no comando
A matéria de capa da revista Exame PME (Fevereiro 2012) faz uma abordagem sobre a crescente expansão das mulheres como empreendedoras, cujo resultado tem sido o avanço de muitas empresas emergentes no Brasil.
O artigo faz menção ao conto “Gertrudes pede um conselho” de Clarice Lispector em que Tuda, a protagonista ,procura um médico na tentativa de encontrar uma perspectiva para algo grandioso em sua vida: “Vim perguntar o que faço de mim”, diz ela.
Assim como no conto escrito em 1941, as últimas décadas apontam um número cada vez maior de brasileiras realizando o desejo de Tuda, fazendo coisas extraordinárias. É notável a identificação da mulher moderna com a personagem na busca pela independência, pelo avanço no mercado de trabalho, na carreira profissional e na política.
Desde 2007, milhões de mulheres abriram seu próprio negócio no Brasil, subindo degraus no território que, num passado não muito distante, era exclusivo dos homens: o empreendedorismo. O momento é favorável para a evolução femimina à frente de pequenas e médias empresas, tanto quanto o de Tuda que, na ficção, busca liberdade e um encontro consigo mesma.
Depoimentos de cinco empreendedoras revelam o orgulho que sentem por suas realizações na construção de seus negócios, mas por outro lado afirmam ter muita dificuldade quanto ao equilíbrio na linha quase sempre frágil que separa vida pessoal e trabalho da mulher dos dias de hoje.
Mesmo com todo esse progresso, o fenômeno do empreendedorismo feminino é algo relativamente novo quando comparado aos Estados Unidos e à Europa. No Brasil, a fase é excelente para a abertura de novos negócios, graças ao aumento de renda da população e a inclusão de milhões de pessoas no mercado consumidor. E nesse aspecto as mulheres estão cada vez mais preparadas para o comando.
Por outro lado, segundo dados recentes do MEC, a participação feminina nos cursos como Ciências da Computação e Engenharia é muito pequena, o que reflete o reduto