Muda o mundo, muda a geografia
Os meios de transporte e de comunicação, cada vez mais velozes, estão modificando a "cara" do planeta. Pense neles quando planejar suas aulas.
Vivemos num mundo acelerado. Informações viajam instantaneamente de um canto a outro, produzindo reflexos quase imediatos em locais distantes do globo. Se uma empresa quebra no Sudeste Asiático, no mesmo dia a inquietação toma conta da Bolsa de Valores de São Paulo. Estoura uma guerra no Oriente Médio e em poucas horas surgem manifestações nas ruas de Londres, de Nova York ou do Rio de Janeiro.
As mercadorias, por sua vez, são jogadas num circuito cada vez mais amplo e veloz de movimento. A laranja colhida em São José do Rio Preto, no interior paulista, em poucos dias vira suco industrializado servido numa mesa de restaurante em Chicago, nos Estados Unidos. E o dinheiro se transformou em bits que transitam pelos computadores do planeta e muitas vezes chegam e vão embora sem que ninguém tenha tocado numa nota sequer.
E as pessoas? Nunca viajaram tanto, seja a trabalho, seja a lazer. Tanto que o turismo se tornou a primeira indústria mundial em volume de negócios. "Somos móveis, passando de uma cidade a outra, de um bairro a outro da megalópole mundial", resume o filósofo francês Pierre Lévy em seu livro A Conexão Planetária.
A consultora de Geografia Sueli Furlan lembra que o deslocamento sempre esteve presente na história humana. "O homem leva e traz produtos, interage com outras culturas, compete no sistema econômico, luta para ocupar novas regiões." A diferença é que hoje esse "trânsito" ocorre em velocidade e intensidade jamais vistas. E, no rastro, provoca uma grande transformação na organização social, nas paisagens, enfim, no espaço geográfico.
Qual o seu papel diante disso tudo? Em primeiro lugar, mostrar aos alunos que eles fazem parte desse movimento. Circulam pela cidade de ônibus, de bicicleta, de carro ou de metrô, navegam na internet, compram produtos que vieram