movimentos sociais de moradia
1.1 Contextualização
Nosso trabalho é uma síntese de um projeto para ser desenvolvido a longo prazo. Contudo convém sinalizar que essa pesquisa é apenas o início desse desafio. O esforço concentra-se em trabalhar numa análise, ainda que modesta, sobre a história dos movimentos sociais no Brasil. Cabe salientar nossa limitação, focaremos o nosso estudo a partir do século XX, ou melhor, a partir da década de 80-90, não por o reconhecermos como o principal período de lutas, mas caso optássemos em aumentar nosso período histórico, de certo correríamos o risco de nos perder diante de tamanha pesquisa. Nossa trajetória concentra-se em analisar a luta por moradia na cidade de São Paulo, tendo como recorte o movimento de moradia da Juta, zona leste. Nesse sentido, para dar base ao nosso trabalho, traçamos uma análise histórica dos Movimentos Sociais nesse primeiro capítulo para garantir sustentação à pesquisa nos demais tópicos.
Para o debate sobre os movimentos sociais no Brasil, cabe portanto uma contextualização sobre o que esse termo “movimentos sociais” se refere conceitualmente. A sociedade desde sua civilização sempre se organizou em ações coletivas, contudo apenas em meados da década de 60 é que as ações dos movimentos sociais deixam de ser compreendidas apenas como organização e ação de trabalhadores sindicais, para ser algo mais amplo. Esse olhar novo passa a dar ênfase a essa “nova forma” de organização, não mais restrito a ordem dos operários.
Assim, rompida a fase que os movimentos sociais representam apenas a lutas operárias, surgem novas feições de movimentos preocupados em excluir ou minimizar as diferenças entre os indivíduos proporcionando vida digna, em todos os sentidos. São os chamados novos movimentos sociais que compreendem a luta das mulheres, os ecológicos, contra a fome, em favor da paz, dentre muitos outros (LIMA, 2008 p. 78).
O termo passa a ser repaginado, visto que a caracterização do problema se amplia, agora