Movimentos migratorios
Novas e intensas dinâmicas dos deslocamentos internos tornam difícil captar e definir o fenômeno no país
Por Carolina Cantarino
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15/12/2012
Os deslocamentos populacionais no Brasil passaram por mudanças significativas no final do século XX. Um cenário com novas movimentações ganhou destaque nos resultados de pesquisas sobre a circulação e a troca internas de populações. Dentre as mudanças, sobressaíram-se a chamada migração de retorno, que inverte os fluxos migratórios de Estados como Rio de Janeiro e São Paulo, regiões que historicamente sempre atraíram migrantes; o aumento da importância dos trânsitos diários por conta do trabalho, estudo, ou mesmo para acessar serviços de saúde, comércio ou lazer, conhecidos como “deslocamentos pendulares”; e as migrações de curta distância cujo destino são as cidades médias – as “cidades do interior” (como Feira de Santana, Joinville, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Uberlândia, Sorocaba – cidades com cerca de 500 mil habitantes) que são, atualmente, as que mais crescem em população, no país.
Essas mudanças constam numa pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as recentes transformações nos movimentos migratórios internos no país. As abordagens teóricas sobre essas mudanças, também analisadas pela pesquisa, tendem a considerá-las a partir de uma dinâmica entre capital e trabalho: a mobilidade espacial é pensada enquanto deslocamento de trabalhadores em busca de emprego. Esses deslocamentos são analisados, então, da perspectiva da economia.
Mas a explicação macroeconômica daria conta dos movimentos migratórios internos? A compreensão pelo viés da economia mundial não deixaria escapar certas nuances do fenômeno? “Esses deslocamentos não necessariamente estariam subordinados ao processo de globalização, uma vez que responderiam à lógica de inserção econômica