Movimento operario
Quem quiser dar um passeio no movimento operário do Brasil não pode perder a maior exposição de fotos sobre a história do trabalho no país, a ser realizada a partir de maio, como parte do Programa Memória do Trabalho. O programa conta com apoio institucional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e é executado pelo CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O historiador Alexandre Fortes — um dos coordenadores do programa com Paulo Fontes — explica que o movimento operário no Brasil, nas suas origens, seguiu uma tendência mundial, e tornou-se mais intenso principalmente nos anos 1917 e 1919. “A constituição do mercado de trabalho livre, a partir da abolição da escravatura, em 1888, se dá principalmente no Sul/Sudeste com a chegada de migrantes europeus e a expansão das indústrias de bens de consumo não duráveis”, revela ele.
O movimento ficou conhecido como anarquismo, mas hoje a pesquisa sobre os movimentos reivindicatórios — ensina Fortes — mostra que a tendência predominante era a do sindicalismo revolucionário, corrente que tinha forte influência no norte da Espanha assim como na França e na Bélgica.
Getúlio Vargas – Na década de 1930, até 37, o estado passa a ter uma estratégia mais elaborada no trato com os movimentos reivindicatórios. Sob Getúlio Vargas, além da repressão, há também uma política de concessão de direitos trabalhistas e de incentivo ao desenvolvimento de um sindicalismo mais favorável ao Estado.
Essa mudança de estratégia do governo cria uma espécie de engessamento nas correntes mais à esquerda do movimento operário, que se sufoca ainda mais no Estado Novo. Mesmo assim, o sindicalismo de esquerda dá continuidade a sua luta, mas com reivindicações menos revolucionárias e se dedica a lutas pelo cumprimento da legislação