Movimento opaco

Movimento opaco
Autoria e Interpretação no corpo que dança1
Face a qualquer objeto simbólico, o sujeito se encontra na necessidade de “dar” sentido.
Eni Orlandi

Resumo: A presente análise de corpus investiga a opacidade do corpo que dança enquanto materialidade discursiva a partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) de vertente francesa, tendo como material de pesquisa vídeos gravados partindo da proposta de um exercício de dança em que se pudesse observar o funcionamento das noções de Autoria e de
Interpretação.
Palavras-chave: Corpo, dança, autoria, interpretação, análise do discurso

Interessada em investigar o corpo que dança enquanto materialidade discursiva pelos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) de vertente francesa, ao cursar a disciplina
“Autoria e Interpretação”, fui questionada se essas noções estavam presentes na dança e, estando, como funcionariam.
Durante uma discussão de aula, procurando manter presentes os questionamentos que me foram feitos e buscando trazer o corpo aos debates da disciplina, lembrei-me de um exercício do qual eu havia participado em alguma oficina de dança das muitas que frequento, que consistia em estabelecer uma atividade entre, no mínimo, 3 bailarinos. Nela, um dos bailarinos (B1) deveria dançar/movimentar-se livremente2, outro bailarino (B2) deveria observar o bailarino que dançava/movimentava-se (B2) e descrever, em voz alta, ao que assistia, enquanto o bailarino restante (B3), deveria dançar/movimentar-se guiado pelo que escutava através da voz de B2, que descrevia a movimentação de B1.
Ao lembrar-me desse exercício, pensei logo nas questões de autoria e de interpretação de cada um dos bailarinos: B1 tinha o comando de dançar/movimentar-se livremente – dentro daquilo que interpretasse tanto por dançar, quanto por movimentar-se, quanto por livremente;

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Análise apresentada pela mestranda Alyne Rehm junto à disciplina Autoria e Interpretação ministrada pela