Movimento dos sem-terra
O MST tem 90 mil famílias acampadas (aproximadamente 400 mil pessoas), vivendo em mais de mil acampamentos, distribuídos em 23 Estados e no Distrito Federal. Os acampamentos dos sem-terra são formados por famílias de camponeses que vivem como trabalhadores rurais, arrendatários, bóias-frias, meeiros e querem ter a própria terra para plantar. Nessas atividades, essas famílias recebem os salários mais baixos da sociedade brasileira e percebem que a terra deve ser daqueles que trabalham nela, não daqueles que fazem reserva de patrimônio, especulação imobiliária ou produzem para exportação. Há também famílias pobres que foram expulsas do meio rural e mudaram para a periferia das cidades, mas querem retornar ao campo. Entram no movimento porque enxergam na organização dos trabalhadores rurais uma alternativa para a conquista da terra, para melhorar a sua condição de vida, ter sua casa, uma horta para plantar e trabalhar, dar educação, lazer e garantir saúde para a família. As famílias passam a viver nos acampamentos, nas beiras de estradas ou em áreas abandonadas, enfrentando dificuldades no seu dia a dia para morar, dormir, descansar e comer. No entanto, encontram um refúgio na organização coletiva de uma comunidade, onde todos enfrentam os mesmos problemas juntos. Nesse processo, percebem que essa é a melhor maneira de enfrentá-los. Mesmo anos embaixo da lona preta, resistem por conta da perspectiva de conseguir a terra, entrando em um programa de reforma agrária. O instrumento para isso é a ocupação de terras. Cerca 80% das desapropriações foram realizadas por conta das ocupações nos últimos 10 anos. As ocupações se dão mais ou menos da mesma forma em todo o país. De um lado, tem uma área improdutiva e abandonada; de outro, trabalhadores sem terra querem trabalhar e produzir.
O MST, construiu ao longo da sua história seis objetivos principais, alguns foram anexados ao longo de sua existência, outros existem desde que o movimento foi