Morte e vida Severina

DRAMATIZAÇÃO DA OBRA MORTE E VIDA SEVERINA
(AUTO DE NATAL PERNANBUCANO)
JOÃO CABRAL DE MELO NETO

PERSONAGENS:
Narrador
Morte
Severino 1
Severino 2
Severino 3
Severino 4
Severino 5
Irmão das almas 1
Irmão das almas 2
Mulher da Janela
Seu José, Mestre carpina
Cigana 1
Cigana 2
Esposa do Mestre carpina
Figurantes:
Grupo que segue o cortejo funebre
Comadre do Mestre carpina
Pessoas que visitam o nascimento
Cena I
Narrador: No sertão do mar Recife, Severino Severilhos e com esperança muito a que a vida lhe negou, apresento-lhes Morte e vida Severina de João Cabral de Melo Neto.
Cena II
Morte: Aonde estar você Severino? Não adianta se esconder, a Morte te encontrarar, como a seca te encontrou, como o vento que sopra em teu rosto, quase em forma de chicote, tirando toda corragem. Anda severino, apareça. Não adianta se esconder.
Cena III
Severino 1: Ufa, esta foi por pouco!
Severino 2: Vamos enganando a morte, mas não vamos tão longe assim.
Severino 3: Aos que não nos conhecem, uma pequenina apresentação.
Severino 4: O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia.
Severino 5: Como há muitos Severinos, que é santo de romaria deram então de me chamar Severino de Maria.
Severino 1: Como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mais isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia.
Severinos: Somos todos Severinos, iguais em tudo na vida.
Severino 5: Na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta.
Severino 4: Somos Severinos, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria.
Severino 3: Como então dizer quem falo ora a Vossas Senhorias?
Severino 1: Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba.
Severino 5: Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de