Morte e Vida Severina
Esta obra literária contada em versos fala sobre a história de um retirante, Severino, desde sua saída do sertão até seu encontro com a cidade grande, mais precisamente Recife. Ela retrata um período bastante desolador, a Seca, marcada por mortes em contraste com o nascimento, a Vida. Severino como mais um sofredor, talvez igual a mais tantos outros severinos, saiu do cerrado paraibano assolado pela seca e miséria, onde até a linha do horizonte tudo o que se via era a morte envolta pelo cinza do que um dia foi uma linda paisagem.
Parte do trecho de apresentação:
É o Severino
Da Maria, do Zacarias
Lá da Serra da Costela,
Limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
Se ao menos mais cinco havia
Com nome de Severino
Filhos de tantas Marias
Mulheres de outros tantos,
Já finados, Zacarias,
Vivendo na mesma serra
Magra e ossuda em que eu vivia.
Ao começar sua viagem esbarra num enterro de um outro Severino, o qual também era lavrador, e perdeu sua vida numa emboscada.
Parte do cântico do enterro:
-E foi morrida essa morte,
Irmãos das almas,
Essa foi morte morrida
Ou foi matada?
-Até que não foi morrida,
Irmão das almas,
Esta foi morte matada,
Numa emboscada.
Seguindo, Severino deparou-se com o corte no rio Capibaribe em consequência da arrasadora seca, rio este que lhe servia de bússola. Olhando ao redor não viu uma pessoa sequer, nem viva e nem morta. De repente ela escuta uma música e anima-se pensando que seria uma festa, mas logo descobre que era mais um, como tantos nessa época, um velório de Severino.
Parte do cântico do velório:
-Finado Severino,
Quando passares no Jordão
E os demônios te atalharem
Perguntando o que é que levas...
-Dizes que