Morte e vida severina a luz do debate teórico-histórico da acumulação primitiva do capital.
1710 palavras
7 páginas
O poema morte e vida severina de João Cabral de Melo Neto retrata a história de Severino, que representa todos os trabalhadores que pela condição social são considerados severinos. Pertencentes a uma comunidade simples do campo são subjugados pelos senhores feudais, obrigados a trabalhar de maneira desumana, sem nenhum direito, vendendo a única mercadoria que possuem: a força de trabalho usada na terra, para alcançar o necessário para sua subsistência. É retratada uma sociedade com grande desigualdade social, no qual os menos abastados são expropriados de suas terras e ferramentas de trabalho. Assim, explorados, saem de suas terras em busca de novas oportunidades. Ao longo dessa caminhada, Severino percebe que não há muita diferença dos lugares onde passa para o lugar de sua morada. Este percebe que a desigualdade existente em sua terra não é única, é igual em outros lugares, assim como a miséria. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida Na mesma cabeça grande Que a custo se equilibra No mesmo ventre crescido Sobre as mesmas pernas finas E iguais também porque o sangue Que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos Iguais em tudo na vida, Morremos de morte igual, Mesma morte Severina. (Neto,1955. P.46) Na acumulação primitiva, o camponês forma a base do processo, onde massas humanas são arrancadas de suas terras de maneira violenta e lançadas no mercado de trabalho como proletários, vendedores de sua força de trabalho, pois como Severino, não tinham outra maneira para sobreviver além da venda da própria pele por meio do