Morte e vida severima
10999 palavras
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INTRODUÇÃOA esperança de vida num contexto de morte em Morte e Vida Severina.
O assunto a ser abordado em nosso trabalho é a sucessão de mortes provocadas pela miséria e pelo abandono do retirante nordestino na travessia do sertão para o litoral.
O trabalho inicia-se com uma pequena biografia do autor, para que seja possível entender melhor as características da obra em análise. Nosso objetivo é retratar o itinerário do retirante nordestino, que parte do sertão de paraibano em direção ao litoral, em busca de sobrevivência, devido à seca e às precárias, se não insustentáveis condições de vida, para a esmagadora maioria da população e mostrar que as sucessões de mortes que denunciam a precariedade das condições de vida dos flagelados pela seca, ocorrem pela desigualdade social, pelo extremo desamparo dos pobres perante o latifúndio, o coronelismo e as grandes oligarquias.
O que nos motivou a abordar esse assunto foi verificarmos, como é a personificação de um tipo humano e brasileiro: oprimido socialmente, o retirante cuja vida é determinada pelas condições atmosféricas devido à omissão, ao descaso, às desigualdades econômicas que se mantêm irreparáveis.
CAPÍTULO I
João Cabral de Mello Neto nasceu em Recife, Pernambuco, em 1920. Trabalhou como funcionário do Departamento de Estatística, em 1940. Poeta e diplomata, ingressou no Itamaraty em 1945. Em 1947, vai à Barcelona, ocupando-se da divulgação da cultura brasileira. Foi cônsul na Inglaterra (Londres e Liverpool), França (Marselha), Espanha (Madrid, Sevilha e Barcelona) e Suíça (Genebra). É, também, membro da Academia Brasileira de Letras.
É considerado o melhor poeta brasileiro desse período do Modernismo, inicia sua obra poética na esteira de Drummond e de Murilo Mendes. Mostra-se interessado em afastar o sentimentalismo de seus versos, lutando vivamente para "purificar" a poesia recebida das primeiras gerações modernistas. Todo seu trabalho está marcado pela