MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
1210 palavras
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ResenhaMORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
Convencido da necessidade de reformar o pensamento para reformar o ensino, Edgar Morin desenvolveu uma linha de ideias que o conduziram a esta obra. Morin (2003) explica que uma “cabeça bem-feita”, baseado em Montaigne, é uma cabeça apta a organizar, ligar os conhecimentos e lhes dar sentido; significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de - uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas - princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido (p. 21). Já a acumulação estéril de conhecimentos é o que configura a cabeça bem cheia (p.24).
Os desafios com os quais o homem precisa lidar melhor, apontados no capítulo 1 por Morin (2003) são: a globalização, a complexidade e a expansão descontrolada do saber. A chegada do século XXI vem marcada com algumas características: o mundo globalizado e a emergência de uma nova sociedade que se convencionou chamar de sociedade do conhecimento. Tal cenário traz inúmeras transformações em todos os setores da vida humana. Nesse sentido, Morin (2003) considera que a hiperespecialização impede de ver o global, que ela fragmenta em parcelas, bem como o essencial, que ela dilui. O autor destaca que os problemas particulares só podem ser posicionados e pensados corretamente em seus contextos; e o próprio contexto desses problemas deve ser posicionado, cada vez mais, no contexto planetário. O retalhamento das disciplinas torna impossível apreender “o que é tecido junto”, isto é, o complexo.
Portanto, o desafio da globalidade é também um desafio da complexidade (p.14). Por fim, Morin nos apresenta o grande desafio: a reforma do pensamento é que permitiria o pleno emprego da inteligência para responder a esses desafios e permitiria a ligação de duas culturas dissociadas. “Trata-se de uma reforma não programática, mas paradigmática, concernente