Moralidades brasilicas
MINERAÇÃO, QUILOMBOS PALMARES
FACULDADES GUARAPUAVA - 2013
No contexto da expansão colonial européia, a partir do século XVI, já se manifestavam as pretensões de descoberta de metais preciosos justificada pela perspectiva do que se convencionou chamar de mercantilismo. Tal perspectiva, associada à realidade colonial, permitiu que se desencadeasse, uma sucessão de tentativas com vistas à descoberta daqueles metais. Colônia portuguesa, o território brasileiro foi sistematicamente percorrido pelas expedições bandeirantes (de diferentes tipos e dimensões), até que nos últimos anos do século XVII, no território das Minas Gerais, foram evidenciadas as riquezas que iriam redirecionar o processo de colonização. Descoberto o ouro, a região foi alvo de um intenso movimento de ocupação, dando origem a uma sociedade fortemente hierarquizada e extremamente heterogênea, marcada por toda sorte de conflitos. A organização do trabalho teve na escravidão do africano uma das formas dominantes o que imprimiu traços marcantes à sociedade sendo notáveis os mecanismos de opressão e as modalidades de resistência desenvolvidas pela população escrava. A atuação do Estado quase sempre se fez a partir de situações criadas pela própria dinâmica da vida colonial. Um exemplo disto foi o caso da rebeldia escrava que determinou a ação do Estado a partir de suas ocorrências.
Para além da manutenção da ordem, a presença do Estado Colonial na região das Minas há que ser referida também à política de acumulação enquanto interesse do Império Colonial Português. É neste contexto que abarca tanto a política fiscal como as manifestações de rebeldia por parte dos colonos. Para o caso das Minas Gerais a política fiscal da Coroa foi caracterizada por freqüentes mudanças na forma de cobrança dos impostos sobre o ouro. Este processo envolveu, desde o início, interesses conflitantes. De um lado a Coroa pretendia aumentar a arrecadação evitando a