moradores de rua
Em todos os casos, buscam um lugar “seguro” em uma praça ou em qualquer lugar que tenha a aparência de um abrigo que possa ser utilizado para passar uma noite, uma madrugada com um sono, relativamente, tranquilo.Ao redor deles, veículos trafegam, pessoas passam caminhando, e em muitos casos são quase “invisíveis” aos olhos de quem passa perto e por serem esquecidos pelo poder público. Só aos olhos da violência, da fome, do alcoolismo, do vício nas drogas e do abandono pela sociedade eles são sempre lembrados.
PROBLEMAS
Pouco depois de meia-noite. Bairro São Brás, em Belém. Um grupo de oito moradores de rua se aglomeravam na calçada da avenida Governador José Malcher. Muito descontraídos entre eles, o grupo conversava, bebia e observava os veículos passando na avenida. Com a chegada da reportagem, eles ficaram bem à vontade para falar de suas vidas.
Com as canelas feridas e enfaixadas, pernas esticados na calçada e segurando uma pequena garrafa de cachaça quase no fim, Mauro Sérgio de Souza, que falou sem muita certeza ter 45 anos, disse que mora na rua há três.
Segundo ele mesmo, inconformado com o fim de um relacionamento, o vício no álcool lhe levou para a rua. “Eu tive um problema com a minha esposa. Ela me largou, me trocou por outro homem e levou tudo o que eu tinha. A minha família também não me ajudou e acabei vindo pra rua, pra beber e depois não voltei mais”, contou.
Para Mauro, mesmo com os riscos de quem vive na rua, tem seu lado bom. “Quem mora na rua está sujeito à qualquer situação de perigo. Pode morrer de fome, por alguma doença ou pela cachaça. Estamos muito inseguros na rua e qualquer coisa pode acontecer com a gente. Mas em