Monólogo Navalha na Carne
Poxa, será que você não se manca¿ Você não sabe como é difícil voltar da zona todo santo dia... Eu estou cansada Vado! Você não sabe o que é isso. Ainda mais hoje. Andei pra baixo e pra cima, mais de mil vezes. Só peguei um trouxa na noite na inteira. Um miserável que parecia um porco. Me contou toda a história da puta da vida dele, da puta da mulher dele, da puta da filha dele, da puta que o pariu. Tudo gente muito bem instalada na puta da vida. O desgraçado ficou em cima de mim mais de duas horas. Bufou, babou, babou, bufou mais pra pagar, reclamou pacas.Desgraçado, filho da puta. É isso que acaba com a gente... Isso que cansa a gente. Tudo que a gente quer é chegar em casa e encontrar o homem da gente com a cara legal, tirar aquele sarro gostoso e depois apagar pra esquecer a porra toda que existe no mundo de merda que esta aí. É só isso! E o resultado¿ Voce esta sempre de saco cheio por qualquer coisa, tá sempre me batendo na cara, ta sempre gozando a minha cara e na hora do bem-bom sai fora. As vezes eu fico pensando será que eu sou gente¿ Será que você, Veludo, eu, será que nós somos gente¿ Eu chego a duvidar disso, viu. Eu duvido que gente de verdade viva assim. Um aporrinhando o outro, um se servindo do outro. (ri) Isso não é gente de verdade. Isso não é decente. Bosta, uma bosta! Uma grande bosta! Fedida. Fedida. Fedida!
Música - Onde estará o meu amor¿
Talvez¿
Vou ta dar a grana. É todo o dinheiro que tenho. Mas não pensa que você vai embora assim, não. Você não é meu cafetão¿ Nós vamos trepar! E vai ter que ser gostoso. Posso ser velha, feia, gasta, bagaço, lixo dos lixos, galinha, coroa, sou tudo isso que você diz. MAs você vai trepar comigo. (pega a navalha) E se você dormir eu te capa seu miserável! E cuidado que eu estou louca. Louca de vontade de você!
(Música.)
Vado¿!... Vado... Vado! Você vai voltar¿... Você vai voltar¿