Monções
Segundo Sérgio Buarque de Holanda, as monções do Cuiabá são uma continuação da expansão interina do Brasil através das bandeiras paulistas. Iniciou-se em 1622 expedições de grupos armados para as terras hoje mato-grossenses, aprisionando índios ou destruindo povoações de castelhanos. Antônio Pires de Campos foi o pioneiro a chegar no Coxipó, sendo seguido por Pascoal Moreira Cabral, que em 1718 encontrou ouro nos barrancos do Coxipó-Mirim. Devido a esse fato formou-se um arraial no sítio, onde mais tarde seria a Capela de São Gonçalo, e as escavações eram feitas com as próprias mãos conseguindo-se até duzentas oitavas de ouro. O trabalho era penoso e a resistência dos índios piorava a situação. Pascoal Moreira e seus associados já estavam escassos de armas, pólvora e chumbo quando foi acudido pela bandeira de Fernando Dias Falcão e então a situação foi acomodada . Após enviarem amostras do ouro extraído à São Paulo, Pascoal M. Cabral foi eleito guarda-mor das minas e Fernando Dias Falcão, devido ao seu espírito de iniciativa e a ajuda que estava prestando ao arraial, foi eleito cabo maior dos mineiros. Cada vez mais aumentava o numero de aventureiros em direção aos sertões cuiabanos, sendo bem maior após a noticia do achado das minas do Cuiabá. Contudo a vida no arraial era muito difícil, pois a maioria dos produtos que vieram de São Paulo, em 1723, já tinham estragado e os moradores empregaram a maioria de seus escravos nas lavras de ouro, não dando importância às lavouras de mantimentos. Essa comunidade não tinha como durar muito tempo sem uma base econômica segura. Toda lavoura existente no local se resumia em poucas roças de milho, abóbora, feijão e provavelmente mandioca. O cultivo de cana-de-açúcar não era bem aceita pelos administradores coloniais por temerem a destilação do álcool, porém nada impediu que em 1729 esse fato ocorresse e a aguardente fosse vendida e fabricada no local. A