Monumentos Urbanos

Monumentos Urbanos - mutações da Arte Pública

Cláudio Soares Barros*

Uma cidade tem seu valor pela sua gente, pelo que produz e por aquilo que se constrói no espaço urbano relativo à sua história, sua memória, ao seu patrimônio. Muitas dessas “coisas” que se estabelecem no espaço urbano são introduzidas de maneira postiça, fruto das articulações políticas ou mesmo da intervenção de artistas produzindo obras que aludem à história da cidade, mas que não atingem o entendimento e a dimensão popular. Dessa forma, o que aparece como intervenção artística no espaço urbano pode ser caracterizado como Arte pública e produz monumentos que vão desde estatuárias, painéis murais, esculturas e até painéis publicitários. Os desafios da percepção dos monumentos públicos, incluindo as construções arquitetônicas que se apresentam em momentos diversos no estabelecimento histórico das cidades, compreende uma dimensão histórico-crítica que se mostra um tanto distante da capacidade analítica das populações urbanas. O estabelecimento desses monumentos no espaço urbano, quase sempre é alheio ao conhecimento e informação gerais da população que constrói, a partir do momento da sua instalação, uma relação de indiferença com os mesmos. O aspecto postiço adotado na maioria das vezes pelas autoridades, também reforça essa relação de indiferença da população, pois sua justificativa não se apóia nas origens e expressões culturais locais.(FUNARI, 2001, p. 04). Para conceituar Arte Pública na atualidade, temos que nos reportar ao passado e atualizar no presente o significado e implicações da arte na sua relação com o contexto e espaço urbano. Podemos associá-la à Arte Mural, tão presente na produção artística mexicana de Diego Rivera nas décadas de 1920 a 1940 ou mesmo os painéis de Siqueiros no Chile no mesmo período, que hoje não tem mais o caráter temático revolucionário do engajamento político, mas sim o apelo estratégico