Monteverdi
CLAUDIO MONTEVERDI (1567-1643).
Vicente Casanova de Almeida
Mestre em Musicologia Histórica
USP – Universidade de São Paulo
Resumo: No presente artigo realiza-se uma exegese do texto do madrigal “Ogni amante è guerrier”, de Claudio
Monteverdi (1567-1643), presente Ottavo Libro de Madrigali de 1638. Através deste método é possível entrever as tópicas elegíacas partilhadas no séculos XVI e XVII, principalmente no que concerne a presença do Eros militante ou guerreiro ovidiano, figura emblemática que transita no referido livro de madrigais do compositor.
Palavras-chave: Eros. Monteverdi. Rinuccini. Ottavo Libro de Madrigali.
THE MILITANT EROS IN THE CLAUDIO MONTEVERDI'S MADRIGAL “OGNI
AMANTE È GUERRIER”.
Abstract: In the present article, we make an exegesis inside the Montevervi's madrigal text “Ogni amante è guerrier”, which is part of his 1638's work called Ottavo Libro de Madrigali. Through this method we can find out the the sixteenth and seventeenth centuries widespread elegiac topics, mainly the topics treatening about ovidian warrior and militant Eros, an emblematic figure which transits in the madrigal's book.
Keywords: Eros. Monteverdi. Rinuccini. Ottavo Libro de Madrigali.
1. INTRODUÇÃO
O labor compositivo de Monteverdi encontrou, no ano de 1638, sedimento poético em grandes figuras que recorrentemente transpareceram em sua produção musical. No Ottavo
Libro de Madrigali, portanto, estão elencados os principais poetas que nortearam sua vasta produção. Figuram lado a lado poetas como Petrarca, Guarini, Tasso, Strozzi e Rinuccini, e, dentro do estilo do século XVII o próprio Giambattista Marino e o conde Fulvio Testi. O intuito do compositor é revelar verdadeira guerra amorosa utilizando-se dos epítetos e referências ao Eros, Cupido, ou ainda, o puer, em sua face guerreira e militante. Através de um estudo exegético elucidativo, pretendemos, portanto, abrir aos olhos do leitor