Monteiro lobato
Consideramos que a contribuição deste trabalho consiste em investigar a participação dos membros do movimento sanitarista[1] na adoção de idéias e práticas de educação higiênica e, ao mesmo tempo, nas interpretações sobre a sociedade brasileira. Em outras palavras, julgamos relevante construir um projeto que relacione as imagens simbólicas da obra lobatiana às políticas de saúde pública e de educação. Em suma, este texto é um ensaio biográfico sobre este pungente personagem das letras nacionais: o Jeca Tatu.[2] Nascido como um símbolo do trabalhador rural pobre e doente, em carta escrita por Monteiro Lobato ao jornal “O Estado de São Paulo”, Jeca tornou-se sinônimo de homem do interior. Inclusive, através de sua narrativa, uma empresa de produtos farmacêuticos, difundiu um tônico, propagando os seus valores terapêuticos, chegando a circular em milhões de exemplares nas páginas do folheto “Jecatatuzinho”. A presença do símbolo do homem da roça em campanhas de educação higiênica, especialmente as direcionadas ao controle das endemias rurais, ajudou a popularizar os cuidados com a higiene individual e a saúde pública nas primeiras décadas do século XX.
Caricatura do caipira brasileiro, o Jeca é um dos mais conhecidos personagens de nossa cultura. De caboclo preguiçoso, parasita e indolente à vítima da doença, a trajetória do matuto desenvolvido por Lobato