Montaigne e Decartes

442 palavras 2 páginas
1-Como Montaigne inova o ceticismo na modernidade e qual a importância de suas reflexões para o pensamento de Descartes?

R=Montaigne é o filósofo que melhor reflete a retomada e os novos desenvolvimentos do ceticismo no Renascimento, podendo ser considerado como o principal responsável por sua difusão no início da Idade Moderna.
Em seu ensaio Apologia de Raymond Sebond vemos de forma bastante nítida o ceticismo. Montaigne vincula um novo aspecto à dúvida cética. Trata-se de um pensamento fideísta acerca da verdade religiosa. Para ele, a fé precede a razão, logo, sua opinião é de que a religião baseia-se somente na fé que nos é dada pela graça de Deus. Porém, não haveria nada de errado em usar a razão para alcançá-la. Pautado na supremacia da fé em relação à razão, Montaigne apresenta uma defesa da religião exclusivamente pela fé, pois seria a razão incompetente para se pronunciar acerca das coisas que são de cunho da fé.
É um erro, segundo Montaigne, querer justificar ou explicar através das ‘luzes naturais’, realidades que se subtraem ao entendimento do homem, pois este é parte do universo, não seu centro. E como parte, não pode ousar, através de sua ciência, estabelecer limites ao poder divino e submeter Deus às leis de seu entendimento. Como se o Ser Eterno e Infinito não ultrapassasse qualquer medida ou capacidade humana.
A principal razão para isso seria que os sentidos são enganadores, e não podemos confiar em nossos sentidos, logo não há como saber se os raciocínios baseados em fatos observáveis são verdadeiros. Seu ceticismo ativo é uma tentativa de crítica radical dos costumes, dos saberes e das instituições da época. Com isto, a contribuição de Montaigne é fundamental na constituição do pensamento moderno.
Pensando Montaigne em Descartes, vemos que no processo da dúvida cartesiana o argumento do sonho, sendo este, um argumento cético onde se coloca em dúvida às percepções dos sentidos ou o conhecimento que podemos ter das coisas. Tem por objetivo

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