Monografia de contabilidade
I V
REVISÃO / AUDITORIA ÀS CONTAS
A MATERIALIDADE, O RISCO E A AMOSTRAGEM EM AUDITORIA
Carlos Alberto Alves de Freitas
Ex-Técnico Auxiliar de ROC – Estagiário
INTRODUÇÃO
Ao longo dos tempos a auditoria tem passado por algumas crises de identidade tendo, por vezes, sido posta em causa as suas funções e colocado em confrontação os seus profissionais, nomeadamente, no que diz respeito às falsas expectativas que as opiniões dos auditores podem criar aos utilizadores da informação financeira. Esta diferença entre as expectativas dos utilizadores da informação financeira e a real situação das empresas relatada pelos auditores é conhecida nos meios literários como “audit expectation gap”. Os utilizadores da informação financeira passaram a ser mais exigentes em relação às informações dos auditores, nomeadamente, quanto ao real estado financeiro, à continuidade e à solvência das empresas auditadas. O grau de exigência colocado pelos utilizadores da informação tem variado entre níveis, consideravelmente, baixos e níveis muito elevados. Apesar de a função principal da auditoria não ser a detecção de fraudes, a verdade é que nos tempos mais recentes a auditoria tem passado por uma crise de confiança, motivada pelos escândalos verificados desde o início deste século, nomeadamente, os escândalos na Enron (2001), Worldcom (2002), Xerox (2002) e Tyco (2003) nos EUA e os casos da Gescarteira (2001), Parmalat (2003), Adecco (2004), Afinsa e Forum Filatélico (2006) na União Europeia. Todos estes casos tiveram em comum erros contabilísticos ou fraudes que não foram detectados pelos auditores ou, se o foram não vieram tornados públicos de modo a serem percebidos pelos utilizadores da informação financeira. Porém, se estes erros foram detectados pelos auditores, isto significa que os mesmos actuaram de forma negligente. Estes casos, que tiveram ampla divulgação na comunicação social, contribuíram para que se questionassem as normas de auditoria em