Monarquias nacionais da frança
A história política da Baixa Idade Média está ligada à evolução das monarquias francesa, inglesa e alemã, bem como às relações entre elas e o Papado.
Na França, os reis da Dinastia dos Capetíngios, que ascendera ao trono em 987, a princípio não impuseram uma autoridade forte sobre seus vassalos. Em 1066, um grande senhor francês, Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia, apoderou-se da coroa da Inglaterra, depois de vencer o rei anglo-saxão Haroldo II. Esse acontecimento criou um paradoxo dentro da hierarquia feudal. Como rei da Inglaterra, Guilherme tornou-se suserano dos senhores ingleses. Mas, na qualidade de duque da Normandia, continuava a ser vassalo do rei da França.
A situação ficou ainda mais complicada com a ascensão ao trono inglês de Henrique II, um parente de Guilherme que era o maior senhor feudal da França.
O fortalecimento da autoridade real e a reação contra o poder inglês na França começaram com Felipe Augusto (1180-1223). Esse soberano incorporou aos domínios reais (territórios sob a autoridade direta do rei, sem a interposição de senhores feudais) grande parte dos feudos franceses possuídos pelos reis da Inglaterra. Essas anexações foram consolidadas pela Batalha de Bouvines (1214), na qual Felipe Augusto obteve uma vitória decisiva sobre o rei inglês João Sem Terra e seu aliado, o imperador germânico Oto IV.
Felipe Augusto realizou uma importante obra administrativa e criou os bailios reais — funcionários que cobravam impostos e distribuíam a justiça. Aliás, o termo bailio já era aplicado, em certas regiões da Europa, aos agentes dos senhores feudais que exerciam aquelas funções.
Luís IX (1226-1270), mais tarde canonizado, organizou a justiça real e instituiu o direito de apelação ao tribunal do rei, por parte daqueles que fossem condenados em um tribunal feudal. Felipe IV, o Belo (1285-1314), continuou a expandir os domínios reais e reforçou suas finanças ao confiscar os bens da ordem religiosa e