Modernismo
Lua adversa
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida, fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia, o outro desapareceu...
Uma comparação entre o eu lírico e a lua, demonstrando as fases de tristeza e alegria e os desencontros que acontecem devido a essas fases pela qual o eu lírico passa. Na última estrofe, percebe-se a tristeza que faz com que o eu lírico se mantenha em casa, sem sair. A comparação com a lua é perfeita porque a lua tem suas fases de iluminação(alegria) e de escuridão(tristeza).
Vinícius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
O eu-lírico compara seu amor a uma chama, pois é forte e intensa enquanto dura. Mas quando se apagar, já não haverá amor algum.
Biografia de Cecília Meireles:
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Desse modo, foi criada por sua avó, Jacinta