Modernismo

Resenha de O Estado Moderno, de Pierangelo Schiera

O conceito de Estado deu-se na Europa entre os séculos XIII e o princípio do século XIX. Previamente, a divisão política predominante era o policentrismo feudal, até que surgiu o conceito de monopólio da força legítima, ou seja, a superação do policentrismo feudal em favor da concentração da instância do poder, que deveria ser unitário e exclusivo. Com esta centralização entrava em cena o princípio da territorialidade, da obrigação política e da impessoalidade do comando.
Na luta das investiduras nascia a concepção da respublica christiana, estabelecida em teoria e atuada na prática pelo Papa. A ideia principal das investiduras era a segregação entre a unidade político-religiosa, uma vez que o clero encontrava-se sob influência excessiva dos mandos da monarquia, que nomeava também bispos e abades, por exemplo. O principal objetivo do papado era a concepção da supremacia do espiritual sobre política, e nunca o contrário. Somado a isso, o Terceiro Estado, naquele momento em ascensão, devido à mudança de equilíbrio na balança de poder econômico na Europa, buscava espaço e a segurança imediata e moral. Promessas ultraterrenas não eram o bastante para esta classe, que se encontrava numa posição de alta volatilidade. A burguesia então auxiliou o príncipe a fundamentar sua nova soberania em troca de respaldo e garantias do seu próprio poder.
Apesar dos esforços da Igreja para fundamentar seu primado, inesperadamente desencadeava-se uma força em direção à supremacia política, graças à necessidade da unidade do país. As ordens do soberano tornavam-se leis supremas agindo como instância neutra, colocada acima dos partidos e dos produtos com o objetivo de conservar a paz. A medida que esta nova forma de Estado fundamentava-se, as premissas que se faziam necessárias para o nascimento desta nova forma de organização do poder eram: a unidade de comando, a territorialidade do mesmo e o seu exercício