modelo de fichamento
A seguir, faremos o fichamento – nas três modalidades vistas (citação, resumo, crítico) – da resposta do escritor e semiólogo Umberto Eco à pergunta feita pelo jornalista Luís Antônio Giron, numa entrevista concedida e publicada na Revista Época em 30 de dezembro de 2011. A pergunta era: “Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como um perigo para o saber?”
“A internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia, porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento.”
Referência bibliográfica:
GIRON, Luís Antônio. Umberto Eco: "O excesso de informação provoca amnésia". Revista Época, Milão, 30 dez. 2011. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/12/umberto-eco-o-excesso-de-informacao-provoca-amnesia.html. Acesso em 20 ago 2013.
Fichamento de citação
GIRON, Luís Antônio. Umberto Eco: "O excesso de informação provoca amnésia". Revista Época, Milão, 30 dez. 2011. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/12/umberto-eco-o-excesso-de-informacao-provoca-amnesia.html. Acesso em 20 ago 2013.