Moda
Antes mesmo de ele entrar para o cangaço, já sabia costurar e bordar, e então, quando entrou para o grupo, resolveu bordar suas roupas para criar um personagem de respeito, perante os outros membros.
O lenço que os cangaceiros costumavam usar em volta do pescoço, era feito de seda ou tafetá e eram bordados com monogramas. Já o lenço de Lampião, não era como o dos outros, este era vermelho, bordados nos quatro cantos e fixados por vários anéis (na maioria de vezes de ouro).
As bolsas bandoleiras eram bordadas com motivos florais, e, por causa da vegetação espinhenta, os cangaceiros tinham costume de usar luvas, porém as de Lampião tinham o diferencial, por serem bordadas. Aliás, Lampião tinha um grande apreço por tudo que fosse bordado, quase todos seus objetos eram assim ornamentados, como o seu cantil de alumínio, que era recoberto por tecido bordado, as bainhas dos punhais, as alças dos fuzis, a cartucheira, até seu cão, o Dourado, usava uma coleira que era bordada de ouro e prata.
Lampião costumava incrementar as suas roupas, bordando-as com espelhinhos e moedas, o que chegou a influenciar as vestimentas dos policiais.
A professora de história da indumentária e antropologia da moda Silvia Helena Soares, da PUC-RJ, diz que: “No início, a moda era ofício masculino”, e, ela consegue interligar o estilo de Lampião à época do Renascimento (século XVI), quando os homens bordavam jóias na própria roupa.
A moda dos cangaceiros era sempre muito colorida, e conforme menciona Melo, estudioso acerca do cangaço: “Talvez isso tudo venha da alma colorida do brasileiro”.
Maria Gomes de Oliveira, mais conhecida por Maria Bonita, era a grande companheira de amor de Lampião, foi também a primeira mulher a entrar no grupo. Possuía um