Mobilidade Urbana
A grande quantidade de veículos nas ruas causa prejuízos, estresse, perda de tempo, acidentes e poluição. Situação tende a piorar nos próximos anos se políticas mais eficientes não forem adotadas
A mobilidade das cidades tem se tornado um desafio cada vez maior com o passar do tempo. Em 10 anos, a frota de automóveis e motocicletas cresceu 400% no Brasil e o transporte individual, que parecia ser uma grande solução no século XX, passou a ser um problema nos dias atuais, em razão da paralisação do trânsito e do desperdício de tempo e combustível, além dos problemas ambientais causados. Estudo divulgado em 2011 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que nas capitais brasileiras, 65% da população utiliza transporte público para se deslocar. Esse percentual cai para 36% nas cidades que não são capitais. Em todos os municípios brasileiros, 23% da população adota o carro como meio de transporte.
Em muitos casos, a ineficiência do transporte público acaba interferindo diretamente na quantidade de veículos nas ruas. É o caso da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, que registra o alto índice de um veículo para cada 1,39 habitante, segundo dados da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas). A taxa de motorização do município supera até mesmo a da capital paulista, que aponta um veículo para cada 1,68 pessoa. Os cerca de 780 mil carros que circulam diariamente em Campinas (dados Emdec/2011), segunda maior frota do estado, são responsáveis pela geração de 27 mil toneladas de monóxido de carbono por ano.
Para Creso de Franco Peixoto, mestre em transportes e professor do Departamento de Geotecnia e Transportes da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (DGT/FEC) da Unicamp, a política de crescimento econômico focada no carro, a necessidade de melhoria da frota e das vias como um todo e a falta de execução das leis que retiram placas de veículos velhos e sem manutenção são as principais razões