Mobilidade urbana em florianópolis-sc
Medeiros avaliou como a forma das cidades condiciona a mobilidade. A partir da identificação de rotas em que é possível a passagem de veículos, o pesquisador calculou o chamado "valor de integração" de cada cidade, com o auxílio de um software. Foram levadas em consideração a organização e a conexão das ruas.
No primeiro momento, os dados levantados foram das cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Na sequência, os dados foram confrontados com os obtidos em 164 cidades do mundo. A comparação foi feita na Universidade de Londres, onde a forma de abordagem do estudo foi criada.
— As cidades brasileiras foram as piores no contexto mundial. Uma das grandes contribuições para isso foi o processo de crescimento urbano sem planejamento global das cidades nas décadas de 1960 e 1970. Isso criou uma "colcha de retalhos", com desenhos diferentes entre os bairros. Ao longo do tempo, os pedaços não foram costurados, causando segregação espacial e perda de área nos deslocamentos — ressaltou o autor da pesquisa.
Quanto menor o valor do índice de mobilidade, mais labiríntica a cidade e, consequentemente, mais difícil o deslocamento de carro. Com a pontuação de 0,199, Florianópolis ficou bem à frente da segunda colocada, Rio de Janeiro, com 0,303. Porto Velho foi considerada a capital do Brasil com melhor mobilidade, com índice 1,458. No mundo, Florianópolis só perde para a cidade de Phuket, na Tailândia.
Explicações
Para o autor do estudo, o principal motivo das dificuldades em ir e vir de carro em Florianópolis é a geografia. O espaço em que a cidade cresceu tem muitos morros, montanhas, lagoas e dunas, o que causou a não-continuidade da malha viária. A falta de conexões entre os bairros gerou um