Mitos
É um livro mágico, um livro que se lê bem da primeira à última página, um livro que eu levianamente chamaria de leitura fácil, e bastante empolgante.
O livro não tem uma estrutura linear (começa pela Telemaquia - a busca do filho de Ulisses quando o pai já estava quase a chegar a casa), ou seja, o próprio Ulisses só entra em cena no quinto capítulo, e a narrativa da sua epopeia dá-se em dois conjuntos de tempo diferente, o que me surpreendeu (?), uma vez que tinha a ideia que nessa época as histórias eram completamente sequenciais (perdoem este leigo).
Em termos de enredo, muito resumidamente, é a aventura de Ulisses - um dos grandes vencedores da batalha Troia - no regresso a sua casa (Ítaca), que levará vários anos a consumir-se, por desígnios dos deuses e outros que tais, que, favorencendo-o na batalha de Troia, o castigaram e às suas tropas por acções menos correctas que estes tiveram logo após a queda de Troia.
Ao mesmo tempo, durante o seu longo regresso, na sua terra (Ítaca), sem notícias suas, desesperam esposa (Penélope) e filho (Telémaco), com grande assédio de pretendentes aos seus bens.
Rapidamente sentimos empatia pelo herói desta história, que congrega todo o ideal do homem bom, do homem justo, do homem corajoso, que sofrendo mil agruras, raramente fraqueja ou perde o ânimo.
As lutas que trava, os inúmeros cenários da epopeia de Ulisses, e, sobretudo, a riqueza dos diálogos e troca de argumentações entre os