mitologia egípcia
Mitologia Egípcia
Texto: Lara Moncay
A principal característica da mitologia egípcia, no seu contexto histórico, é a procura de uma ideia central que dê sentido à multidão de divindades regionais, locais, aos muitos seres celestiais e terrenos, aos animais divinizados; em resumo, trata-se do primeiro grande esforço do Ocidente por achar uma razão externa e superior, a primeira tentativa para alcançar uma fórmula que explique os mistérios e seja a unificadora de todas as crenças tradicionais. Para os egípcios, estava claro que o ciclo anual do Nilo com suas enchentes era a base da sua existência e a partir dessa deram o trono ao sol, princípio e fim de cada dia, de cada ciclo anual, sob as denominações de Rá, Aton ou Amon.
Os Mitos do Egito – Origem
Como em todas as civilizações antigas, a cosmogonia ocupa a primeira parte dos textos sagrados egípcios. Para os egípcios, como para o resto das grandes religiões, a criação do Universo faz-se de um único ato da vontade suprema, a partir do nada, da escuridão, do caos original. O seu criador chama-se Áton (Num ou Atum) e era o espírito primogênito, um indefinido ser. Nun foi o berço espiritual, da primeira força em que tomariam forma os novos espíritos, os dois primeiros filhos divinos nasceram com corpos de humanos e cabeças de leão. Tefnut, passional e emotiva tornou-se a deusa das águas que caem na terra, da umidade. Shu, o prático, a mente, o deus do ar. Juntos ficavam na areia sentados sob os tornozelos como esfinges de olhos dourados, fitando direções opostas com as caudas entrelaçadas guardando as entradas para o mundo.
Também Shu e Tefnut vão continuar a obra iniciada por Áton, criando da sua união, outros dois novos filhos. A filha, de nome Nut, era a aurora e o anoitecer, o céu. O filho, Geb, era a força vital e passional da Terra. Eles eram um par de amantes divinos; toda emoção sentida por Geb era também sentida por Nut. Os dois deitavam-se juntos como se fossem um só, num