Missao integral
ENGAJADA NA IGREJA1
Jonathan Menezes
Introdução
Meu propósito nessa conversa será o de fazer uma breve avaliação crítica da questão do engajamento (social, político, cultural, histórico) da igreja evangélica brasileira. Sei da amplitude desse assunto, e não pretendo esgotá-lo aqui. Apenas quero olhar um pouco para a atuação ou não dos evangélicos no contexto brasileiro e então apontar algumas pistas ou desafios para que a igreja esteja cada vez mais engajada (comprometida, envolvida) com essa realidade.
Para tanto, minha reflexão está embebida da influência do “evangelicalismo integral”, advindo do movimento de Lausanne, que por sua vez nos remete ao Congresso realizado em
Lausanne, Suíça, em 1974. Deste congresso saiu um documento que ficou conhecido como Pacto de Lausanne, e posteriormente veio embasar o conceito e a práxis da teologia da missão integral na
América Latina. Ao longo desta exposição, farei uso de parte do conteúdo deste pacto para o que aqui nos interessa, mostrando, também, sua atualidade e relevância.
Engajamento? Onde e quando mesmo?
Ao tratar de “engajamento”, não posso abster-me de falar do que esta palavra significa hoje, seja na igreja, seja fora dela. Não tenho dúvidas que se trata de um termo “fora de moda”, e aqui não estou sendo pejorativo. Vivemos em uma sociedade pós-industrial, pós-histórica, pós-moderna, consumista e globalizada, onde quase não há mais agenda para a luta pelos interesses coletivos.
Pelo contrário, se exalta cada vez mais a primazia dos interesses privados: do indivíduo, de sua tribo, de seu gueto, de sua confraria. A palavra de ordem da sociedade de consumo é “conforto”, e o grito de guerra é a nova música do Jota Quest: e se quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou2.
O conforto é uma das grandes ambições do ser humano, um verdadeiro lema de vida.
Caminhamos em busca de uma espécie de “paraíso perdido”, como se